A Finalidade dos
Estoques
INTRODUÇÃO
A proposta deste artigo é a necessidade de
uma abordagem ampliada e atualizada da moderna Gestão de Materiais, que integre
as crescentes exigências e os novos desafios do mercado com as questões
práticas levantadas por profissionais praticantes da logística, consolidando-as
com as alternativas e ferramentas oferecidas pelas modernas tecnologias da
informação. A partir destas necessidades identificadas, aliadas ao conhecimento
adquirido no desenvolvimento de soluções logísticas (cases) em conjunto com
diversos de nossos parceiros, clientes da divisão de consultoria, pretendemos
articular os conceitos e respostas efetivas que possam ser implementados em uma
grande abrangência de empresas, após naturalmente os devidos ajustes aos seus contextos
específicos.
DESENVOLVIMENTO
2.1. Definições
Como primeiro passo dessa empreitada, julgamos
fundamental iniciar pelo esclarecimento daquilo que entendemos por Logística,
haja em vista a grande popularização do tema sem uma definição mais elaborada e
especializada. Logística é o processo de planejar, implementar e controlar o
fluxo e armazenagem, eficaz e eficiente em termos de custos, de matérias-primas,
materiais em elaboração e produtos acabados, bem como as Informações correlatas,
desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às
exigências dos clientes. Simplificando isso tudo, logística significa abastecer
os clientes, sejam aqueles externos, sejam aqueles internos à nossa
organização.
2.2 Finalidade dos
estoques na cadeia de abastecimento
Em síntese, a finalidade dos estoques é
amortecer as consequências das incertezas. E, de fato, existem muitas
incertezas na logística. Os profissionais de logística são unânimes em se
queixar frequentemente destas incertezas e dos impactos que elas ocasionam no
atendimento aos seus clientes. No entanto, como seria aborrecida a vida sem os
riscos, não é mesmo? Alias, são as incertezas que asseguram a necessidade
desses mesmos profissionais, pois nenhum sistema automatizado, por mais
elaborado que seja, é ou será capaz de substituir o talento, a criatividade e o
raciocínio humanos. Portanto, sempre foram e sempre serão requeridos
profissionais de logística. Neste caso, a postura mais apropriada que nos cabe
é reconhecermos que as incertezas são intrínsecas à logística (indissociáveis),
buscando entender e aprender como administrá-las. Como veremos adiante, nessa série,
a resposta reside na quantificação das incertezas e no desenvolvimento de uma
resposta adequada (dimensionamento dos estoques).
2.3 Cadeia de
abastecimento
Para intervir e melhorar a Logística das
empresas, primeiro é preciso descrever e compreendê-la. Fazemos isso, frequentemente,
com o apoio de um esquema da malha logística, que consiste em um desenho que
representa o fluxo e a armazenagem dos materiais e informações. Nesse esquema
usualmente procuramos incluir todas as informações relevantes (origens,
“leadtimes”, coberturas, “checkpoints”, etc…), valendo-se de uma simbologia
universal (figura 1.1), que será utilizada na sequência dessa série de artigos.
Julgamos que o maior benefício da malha
logística é a visibilidade das informações, base para análises, debates e modelagem
de uma ou mais soluções. Se houverem várias soluções, denominamos cada
configuração como um cenário alternativo.
Na Gestão de Materiais, a malha
logística contribui na identificação das origens e destinos de cada item que
está sendo administrado, de forma que podemos avaliar as posições estratégicas
dos estoques, estabelecendo políticas de cobertura e minimizando redundâncias,
enquanto agilizamos o abastecimento e a distribuição. Podemos, inclusive,
realizar um “zoom” focalizando um depósito qualquer dentro da cadeia de
abastecimento.
Visualizando o conjunto da figura 1.3 como um
sistema, observamos que todo e qualquer item armazenado em um depósito
apresenta transações de entrada, transações de saída e saldos resultantes
dessas movimentações. Naturalmente, a denominação genérica “entrada” depende do
contexto, isto é, quando nos referimos a uma matéria-prima, as entradas são as
documentadas por notas fiscais – por exemplo - enquanto para um produto acabado
o registro é realizado com uma folha de produção ou documento equivalente. Os softwares
de gestão de estoques mantém obrigatoriamente os registros de todas as
movimentações através de apontamentos nos coletores de dados, confirmações e/ou
digitações, servindo como base de dados para os levantamentos, análises e
parametrizações que estaremos propondo nos próximos artigos.
3-CONCLUSÃO
Uma gestão de materiais de sucesso consegue
balancear com sabedoria esses dois indicadores respondendo ao dilema
(“trade-off”) entre reduzir custos e melhorar o atendimento aos clientes. Nos
artigos seguintes veremos como fazer para equilibrar essas necessidades com
objetividade e metodologia. Então, até o nosso próximo encontro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Fonte:file:///C:/Users/CPS/Downloads/Logistica+Empresarial+-+Unisa++-+7+Semestre+-+Parte+I.pdf